segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Literatura em Perigo - o texto, de Todorov, era o enunciado de uma das questões da prova da UNESP, ontem. Primoroso!


A análise das obras feita na escola não deveria mais
ter por objetivo ilustrar os conceitos recém-introduzidos
por este ou aquele linguista, este ou aquele teórico da
literatura, quando, então, os textos são apresentados
como uma aplicação da língua e do discurso; sua tarefa
deveria ser a de nos fazer ter acesso ao sentido dessas
obras — pois postulamos que esse sentido, por sua vez,
nos conduz a um conhecimento do humano, o qual
importa a todos. Como já o disse, essa ideia não é
estranha a uma boa parte do próprio mundo do ensino;
mas é necessário passar das ideias à ação. Num relatório
estabelecido pela Associação dos Professores de Letras,
podemos ler: “O estudo de Letras implica o estudo do
homem, sua relação consigo mesmo e com o mundo, e
sua relação com os outros.” Mais exatamente, o estudo
da obra remete a círculos concêntricos cada vez mais
amplos: o dos outros escritos do mesmo autor, o da
literatura nacional, o da literatura mundial; mas seu
contexto final, o mais importante de todos, nos é
efetivamente dado pela própria existência humana. Todas
as grandes obras, qualquer que seja sua origem,
demandam uma reflexão dessa dimensão. 
O que devemos fazer para desdobrar o sentido de uma
obra e revelar o pensamento do artista? Todos os
“métodos” são bons, desde que continuem a ser meios,
em vez de se tornarem fins em si mesmos. (...)
(...)
(...) Sendo o objeto da literatura a própria condição
humana, aquele que a lê e a compreende se tornará não
um especialista em análise literária, mas um conhecedor
do ser humano. Que melhor introdução à compreensão
das paixões e dos comportamentos humanos do que uma
imersão na obra dos grandes escritores que se dedicam
a essa tarefa há milênios? E, de imediato: que melhor
preparação pode haver para todas as profissões baseadas
nas relações humanas? Se entendermos assim a literatura
e orientarmos dessa maneira o seu ensino, que ajuda
mais preciosa poderia encontrar o futuro estudante de
direito ou de ciências políticas, o futuro assistente social
ou psicoterapeuta, o historiador ou o sociólogo? Ter
como professores Shakespeare e Sófocles, Dostoievski e
Proust não é tirar proveito de um ensino excepcional? E
não se vê que mesmo um futuro médico, para exercer o
seu ofício, teria mais a aprender com esses mesmos
professores do que com os manuais preparatórios para
concurso que hoje determinam o seu destino? Assim, os
estudos literários encontrariam o seu lugar no coração
das humanidades, ao lado da história dos eventos e das
ideias, todas essas disciplinas fazendo progredir o pensa -
men to e se alimentando tanto de obras quanto de dou tri -
nas, tanto de ações políticas quanto de mutações sociais,
tanto da vida dos povos quanto da de seus indivíduos.
Se aceitarmos essa finalidade para o ensino literário,
o qual não serviria mais unicamente à reprodução dos
professores de Letras, podemos facilmente chegar a um
1acordo sobre o espírito que o deve conduzir: é necessário
incluir as obras no grande diálogo entre os homens,
iniciado desde a noite dos tempos e do qual cada um de
nós, por mais ínfimo que seja, ainda participa. “É nessa
comunicação inesgotável, vitoriosa do espaço e do
tempo, que se afirma o alcance universal da literatura”,
escrevia Paul Bénichou. A nós, adultos, nos cabe
transmitir às novas gerações essa herança frágil, essas
palavras que ajudam a viver melhor.


(Tzvetan Todorov. A literatura em perigo.
2 ed. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro:
DIFEL, 2009, p. 89-94.)

sábado, 5 de novembro de 2011

BIBLIOTECAS CIRCULANTES DE SÃO PAULO, SÃO SAQUEADAS.

O acervo cultural de São Paulo perde 86,7 mil livros por ano. Levantamento feito pela reportagem com dados de 70 bibliotecas e pontos de leitura municipais mostra que 347 mil livros sumiram das prateleiras entre 2006 e 2010. A queda geral nos últimos quatro anos é de 12%. Mas há unidades em que seis de cada dez obras desapareceram.
O número revela que falta manutenção nos acervos municipais, uma vez que os exemplares perdidos não são repostos na proporção equivalente. Em dezembro de 2006, a capital tinha 2,88 milhões de livros - no mesmo período do ano passado, eram 2,53 milhões. A queda ocorre tanto entre os gêneros adultos quanto entre os dedicados ao público infanto-juvenil, ainda que em menor proporção. E mesmo em locais que contam com telecentros, condição considerada essencial para atrair leitores.
Realizada pela Rede Nossa São Paulo com informações da Secretaria Municipal da Cultura, a pesquisa mostra ainda que apenas 21 unidades seguiram o caminho inverso no período, ou seja, registraram ampliação do estoque. É o caso da Mario de Andrade, a primeira e maior biblioteca pública da capital, fundada em 1925 e reinaugurada em janeiro, após reforma. O ganho foi de 21 mil exemplares. As demais somam prejuízos.
Há pelo menos três motivos que explicam a diferença: conservação inadequada, atraso na devolução dos empréstimos e fatores externos, como enchentes. De acordo com bibliotecários da rede ouvidos pela reportagem, a informatização do sistema que permite a retirada também acelerou a saída de livros das prateleiras públicas. No processo, iniciado em 2008, houve transferência de exemplares para escolas ou mesmo descarte de títulos.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

por Ailson Leite

Lembro que nos anos noventa, creio eu que por volta de 1993, fui emprestar um manual de  A Vida é Sonho, de Calderon de La Barca,  na Biblioteca Mario de Andrade, no centro da cidade de São Paulo. Naquele tempo, a circulante também funcionava ali.
Fiquei indignado porque a digníssima funcionária trouxe-me uma edição muito antiga, do início do século. O livro, que já estava despedaçado, acabou de desfazer-se quando a funcionária jogou-o sobre o balcão, para mim.
Achei aquilo um tremendo descaso e uma desconsideração que, só poderia partir de uma pessoa cuja ignorância jamais seria capaz de lhe esclarecer sobre a importância do serviço prestado, muito menos do estrago que ela fazia contra Calderon.
Na época, só não a chamei de santa. O resto, vocês podem imaginar. E a infeliz ainda  me  disse ''desacato  a  funcionário público é crime, mocinho! '. '' Ai, que vontade que me deu de cometer um ''funcionáriopúblicocídio''.
A desorganização e a displicência, além da completa falta de noção da funcionária, me deixaram indignado.
Demorou-se muito tempo para que as circulantes, pensassem em ser mais organizadas. E, sinceramente, não o são, ainda, pelo menos.
Com relação ao desaparecimento dos livros, muito me admira que os leitores, tantos (!), levem os exemplares e não os devolvam. E quanto a isso, acho que a Prefeitura de São Paulo não é a maior culpada. O fato é cultural. Há uma total falta de respeito dos usuários que, quando tem um serviço que não funciona, fazem questão de reclamar.
Enfim, há muito que se organizar ainda, partindo inicialmente da premissa de que a educação é o início de tudo. O resto é consequência.

A MODERNA É ANTIGA FORMA DE VIVER


por Ailson Leite

Sem levantar bandeiras... não gosto muito de bandeiras.

Um adolescente de 14 anos foi suspenso em uma escola pública em Palm Bay, no estado da Flórida (EUA), porque deu um abraço em uma colega, segundo reportagem da emissora de TV "WKMG Local 6".
Nick Martinez foi suspenso por exposição pública de afeto. A escola tem uma política rigorosa e proíbe abraços entre alunos. "Somos uma família hispânica e abraços fazem parte de nossa cultura", disse Nancy Crescente.
A escola puniu os dois alunos, apesar de o diretor ter reconhecido que o abraço foi inocente.
Pergunto: o que há de mais medíocre que reprimir quaisquer manifestações de afeto entre alunos, ainda mais em terras norte-americanas, cujo mote expressivo cultural é a violência?
O grande lance não é nem questionar a sexualidade dos garotos, mas a repressão baseada no século ... antes de existir a célula. Num momento em que precisamos de amor. Apenas amor.
Julga-mo-nos modernos e articulados, hi! Dize-mo-nos descolados... A moderna é a antiga forma de viver.
Ainda somos herdeiros do ''pecado original'' e a ele seremos sempre subjugados. A mulher errou por ter comido a maçã e experimentado o  '' saber ''; continuou errando por ter levado o homem com ela, ... e etc...
Ainda somos herdeiros de uma religião repressora e moralista, exatamente no momento em que o mundo pede diálogo, entendimento e ''  re-humanização ''.
Não deveria importar quem curte o quê? Ou por quê o rosa do que o azul? O homem ou a mulher? O gênero, a cor... Deveria importar o bom convívio, o coexistir entre os diferentes, o que, aliás parece mais interessante que a monotonia.

VIVA A LIBERDADE.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Novo filme de Pedro Almodóvar... (da redação do Yahoo Brasil )

Carla Navarrete da redação do Yahoo Brasil

La Piel que Habito



Iniciada em 1982, a parceria entre Antonio Banderas e Pedro Almodóvar rendeu cinco filmes até 1990, incluindo os clássicos “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988) e “Ata-Me” (1990). Depois disso, Banderas foi para a terra do Tio Sam, casou-se com a atriz Melanie Griffith e se tornou ícone do esteriótipo de amante latino em Hollywood. Já Almodóvar continuou filmando na Espanha e se aperfeiçoando.
Cerca de 20 anos depois, eis que os dois voltam a trabalhar juntos em “A Pele que Habito”, que estreia nesta sexta-feira (4) nos cinemas brasileiros. Mais uma vez, Almodóvar recorre ao suspense para contar uma história que nas mãos de qualquer outro diretor viraria um filme gore (gênero em que sangue e vísceras imperam na trama). Nas mãos do espanhol, porém, é pura arte.

Baseada no livro “Tarantula”, do francês Thierry Jonquet (1954-2009), a produção é centrada no cirurgião plástico Robert Ledgard (Banderas), um brilhante médico assombrado por uma tragédia familiar. Vivendo recluso na cidade de Toledo, ele desenvolve um tipo de pele artificial, que utiliza tecidos de porcos, e que resiste a qualquer tipo de dano.

O que o cirurgião não revela a seus companheiros de pesquisa é que os testes para desenvolver a pele especial não foram feitos em animais, como era de se esperar, e sim na misteriosa Vera (Elena Anaya, que na tela lembra muito a atual musa de Almodóvar, Penélope Cruz). A jovem vive trancafiada em um quarto na mansão de Robert, sob os cuidados da governanta Marilia (Marisa Paredes, também constante na obra do diretor).



Sob os olhos da serviçal, o médico e a bela mulher vivem uma relação nada clara aos olhos do espectador. Contudo, o filme vai revelando pouco a pouco o passado sombrio que uniu os dois, em uma virada surpreendente.

Almodóvar nem sempre se sai bem quando foca no universo masculino, a exemplo de “A Má Educação” (2004), um dos filmes mais fracos de sua atual fase mais madura. Mas isso não acontece em “A Pele que Habito”, cuja tensão prende do começo ao fim. E ainda sob uma estética que se aproxima do lirismo.

No longa ainda sobram referências ao Brasil (uma paixão do diretor), sob a figura de Zeca (Roberto Álamo), personagem que chega para bagunçar a vida de sua mãe, a governanta Marilia, e a de Robert. No entanto, o malandro de sotaque esquisito é o típico esteriótipo de brasileiro mal-intencionado, que vai à Europa para viver na criminalidade. Para quem não se incomodar com isso, o filme vale muitíssimo a pena.


Veja o trailer abaixo:

LA PIEL QUE HABITO


ESTUDANTES OCUPAM REITORIA NA USP


por Ailson Leite


E o problema talvez nem seja a legalização da maconha na USP, mas a rebeldia '' mascarada ''.
Sem moralismos, sou a favor da liberdade completa de expressão, mas que se faça com a cara exposta amigos '' uspianos ''. Se vão ocupar, se acham que a razão lhes pertence, então mostrem a cara.
Mas vamos pensar um pouco?
Há uma história clara de violência no campus da Universidade, então, é importante que haja policiamento. Ponto.
Quanto aos '' fumeiros '', aí é uma outra questão. A idéia de ser ou não legal, dá-se por leis que vão além da esfera estadual, a que a USP está subjugada.
Posso sugerir? Ocupem Brasília. Cobrem do Governo Federal, mas lembrem-se que para que a coisa aconteça de maneira sensata e civilizada, é preciso que se tenha estrutura e cultura para isso. E nem se trata de ser a favor ou contra. Trata-se de diálogo.
Não se pode ocupar apenas por ocupar, ou querer ser do contra. E, caso a ocupação seja inevitável, tanto num caso como no outro, há que se dar a cara pra apanhar também.
Acho louvável até que se façam movimentos, organizações e etc..., ainda mais em época de relativismos éticos blindados, mas então que se cobre de quem deve ser cobrado.
Enfim, sei que até vão me chamar de reacionário, já que ler e entender também são dois processos bem distintos, apesar de minados um do outro, assim sendo, digo-lhes, entendam primeiro, antes de criticar. 
VIVA A JUVENTUDE, como queria Oswald, mas VIVA COM INTELIGÊNCIA.



- a CHARGE é do ALPINO - 

Alberto Alpino Filho é capixaba e começou carreira de cartunista em 2001, com a tira "Luzia" no jornal A Gazeta.


Publica a tira "Samanta" em alguns periódicos nacionais e as charges diárias no Folha Vitória. Sua principal referência é James Thurber (1894-1961).


Alpino publica charges diariamente no Yahoo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A NOVELA ENEM ANUNCIA, MAIS UM CAPÍTULO...

BRASÍLIA - Um dia após a Justiça Federal do Ceará conceder liminar que anula 13 questões do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta terça-feira que o cancelamento dos 13 itens "não afeta a pontuação" do exame, que é composto por 180 questões e uma redação. O MEC reiterou a disposição de recorrer ao Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, em Recife, contra a decisão da 1.ª Vara da Justiça Federal de Fortaleza.
O juiz substituto Luis Praxedes atendeu a pedido do Ministério Público Federal e anulou, na segunda-feira à noite, 13 questões que vazaram, dias antes do exame, para alunos do Colégio Christus, uma escola particular de Fortaleza. A decisão vale em todo o país.
Em nota, o MEC diz que a Teoria de Resposta ao Item (TRI), utilizada no exame, garante que a nota dos participantes não será afetada, caso prevaleça a liminar que cancelou as 13 questões. Com 13 itens a menos, restariam 167 perguntas válidas, número que, segundo o MEC, é suficiente para calcular as notas dos 4 milhões de participantes do Enem nos dias 22 e 23 de outubro.
De qualquer forma, o ministério argumenta que a melhor solução seria reaplicar o Enem apenas aos estudantes do Colégio Christus. O MEC até admite a possibilidade de exigir que o exame seja refeito não só pelos 639 alunos de ensino médio da escola de Fortaleza, mas também por todos os alunos da instituição, que oferece curso pré-vestibular. Mas é contra a anulação nacional das questões.
A justificativa do MEC para defender que apenas os alunos do Christus refaçam a prova é que somente eles teriam se beneficiado indevidamente do acesso antecipado a questões do exame, dispondo inclusive de mais tempo para dedicar à resolução dos demais itens.
Veja a íntegra da nota:
"O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) informam que mantém a disposição de recorrer da sentença do juiz da 1ª Vara Federal, Luis Praxedes Vieira da Silva, ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife. A decisão foi tomada pelo ministro Fernando Haddad e pela presidente do Inep, Malvina Tuttman, tão logo tomaram ciência da decisão judicial de Fortaleza.
O MEC e o Inep entendem que a sentença de primeira instância foi desproporcional, ao cancelar em todo o país 13 questões do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) realizado nos dias 22 e 23 de outubro, que teriam sido apropriadas pelos alunos do Colégio Christus, em Fortaleza.
Ressalva-se que a sentença preserva o exame, na medida em que afasta a possibilidade de cancelamento da prova em todo o território nacional, como era a pretensão do Ministério Público Federal do Ceará.
Por outro lado, ainda que confortável na posição de que pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) o cancelamento das 13 questões em todo o país não afeta a pontuação do Enem, o Ministério da Educação e o Inep entendem que a arguição proposta de cancelar as provas unicamente dos alunos do Christus ou até do complexo educacional da instituição tem um caráter pedagógico e restabelece a isonomia, uma vez que somente aqueles alunos tiveram uma vantagem no tempo dedicado à resolução das 180 questões aplicadas.
Desta forma, depois de ouvir a Advocacia Geral da União (AGU), o Ministério da Educação e o Inep mantém a disposição de recorrer da decisão da Justiça Federal do Ceará.

ACALMEM-SE VESTIBULOSOS, O MUNDO NÃO VAI ACABAR.

O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição "A Sociedade e o Tempo Maia" inaugurada recentemente no Museu do Ouro de Bogotá.
O arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) e um dos curadores da mostra, Orlando Casares, explicou à Agência Efe que a base da medição do tempo desta antiga cultura era a observação dos astros.
Eles se baseavam, por exemplo, nos movimentos cíclicos do sol, da lua e de Vênus, e assim mediam suas eras, que tinham um princípio e um final.


"Para os maias não existia a concepção do fim do mundo, por sua visão cíclica", explicou Casares, que esclareceu: "A era conta com 5.125 dias, quando esta acaba, começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir".
Para não deixar dúvidas, a exposição do Museu do Ouro explica o elaborado sistema de medição temporal desta civilização.
"Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado 'Haab' que falava das atividades cotidianas, agricultura, práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro menor, o 'Tzolkin', de 260 dias, que regia a vida ritualística", acrescentou Casares.
A mistura de ambos os calendários permitia que os cidadãos se organizassem. Desta forma, por exemplo, o agricultor podia semear, mas sabia que tinha que preparar outras festividades de suas deidades, ou seja, "não podiam separar o religioso do cotidiano".
Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica, cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir no mesmo dia.
Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o "baktun" (período de 144 mil dias); na maioria das cidades 13 "baktunes" constituíam uma era e, segundo seus cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina a presente.
Com esta explicação querem demonstrar que o rebuliço espalhado pelo mundo sobre a previsão dos maias não está baseado em descobertas arqueológicas, mas em erros, "propositais ou não", de interpretação dos objetos achados desta civilização.
De fato, uma das peças-chave da mostra é o hieróglifo 6 de Tortuguero, que faz referência ao fim da quinta era, a atual, neste dezembro, a qual se refere à vinda de Bolon Yocte (deidade maia), mas a imagem está deteriorada e não se sabe com que intenção.
A mostra exibida em Bogotá apresenta 96 peças vindas do Museu Regional Palácio Cantão de Mérida (México), onde se pode ver, além de calendários, vestimentas cerimoniais, animais do zodíaco e explicações sobre a escritura.
Para a diretora do Museu do Ouro de Bogotá, Maria Alicia Uribe, a exibição desta mostra sobre a civilização maia serve para comparar e aprender sobre a vida pré-colombiana no continente.
"Interessa-nos de alguma maneira comparar nosso passado com o de outras regiões do mundo", ressaltou Maria sobre esta importante coleção de arte e documentário.
A exposição estará aberta ao público até o dia 12 de fevereiro de 2012, para depois deve ser transferida para a cidade de Medellín.

PORTANTO, VAMOS ABRIR UM BOM VINHO E FESTEJAR A VIDA, AFINAL, QUEM NÃO VIVE, TEM MEDO DA MORTE.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Ministério da Educação confirmou nesta quinta-feira (27) que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que vazaram estavam no pré-teste aplicado no Colégio Christus, em Fortaleza, em outubro de 2010.
De acordo com nota publicada no site do MEC, a conclusão foi de que as questões de matemática e ciências da natureza e ciências humanas e linguagens de dois dos 32 cadernos de questões do pré-testes foram copiadas, das quais 14 constavam da prova do Enem 2011.
Ainda, de acordo com o texto, todos os cadernos foram devolvidos, devidamente conferidos, e depois incinerados. Não houve, portanto, extravio do material.

O pré-teste foi aplicado para duas turmas, também sorteadas, uma de 47 alunos e outra de 44 alunos, em um dia normal de aula. Os alunos e a escola haviam sido informados apenas de que se tratava de um pré-teste para o banco nacional de itens, que auxiliaria nas avaliações da educação básica.

Segundo a nota publicada pelo MEC, os pré-testes aplicados pelo Inep seguem procedimentos sigilosos. Apenas os alunos têm acesso aos cadernos durante a aplicação que é acompanhada por três fiscais em cada turma.
O MEC enfatizou que as questões reproduzidas não eram de domínio público, e não poderiam ter sido memorizadas pelos estudantes, devido ao grau de detalhismo e similaridade. Também está afastada a hipótese de que as questões teriam circulado pela web antes da realização da prova.
De acordo com a nota, a decisão do Inep de cancelar as provas realizadas pelos alunos do Colégio Christus baseia-se unicamente no princípio da isonomia, fazendo-se justiça. "Na medida em que os estudantes do colégio tiveram acesso a essas questões, eles passaram a ter vantagem em relação aos demais participantes. Assim, a reaplicação da prova é a melhor forma de compensar prejuízos ou favorecimentos a qualquer participante, já que a metodologia de análise dos resultados permite a comparabilidade", diz o texto.

OPINIÃO
por  Ailson Leite
Minha '' nossa senhora da boa prova '', será que o ministro da educação (perdoem a letra minúscula, mas faz jus a ele) não '' se liga, mano '' ?
E depois me acusam de ser político demais, fundamentalista ou ''verborragicamente '' discursivo. Mas como não ser agudo quando se tratam de questões que, a priori, já teriam que ter uma organização? E mais ainda, como não se manifestar diante da incompetência de um serviço ou de questões que são, no mínimo básicas para  um ''melhor viver'' ?  
A base de tudo é a educação. Um país só vai ser melhor quando, mesmo que há longo prazo,  suas crianças forem tratadas como cidadãos, com um sistema educacional digno. Creio que a palavra é esta: DIGNIDADE!
Escolas melhores, professores mais respeitados, informação decente para professores e alunos e um sistema de ensino mais decente, do fundamental ao  superior, com ENEM e tudo '' velho ''.
E ainda me acusam de ser... ah... deixemos isso pra lá.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O enterro de Kadhafi

"Ele será enterrado amanhã (terça) em uma cerimônia simples com a participação de xeiques no enterro. Será um lugar desconhecido no deserto", disse a autoridade à Reuters por telefone, acrescentando que a decomposição chegou a um ponto que "o corpo não pode durar mais tempo."
"Nenhum acordo foi atingido com sua tribo para levá-lo", ele acrescentou. Questionado se o filho de Kadafi, Mo'tassim, seria enterrado na mesma cerimônia, a autoridade disse que "sim".
Os corpos de Kadafi, de Mo'tassim e do chefe de seu Exército foram levados de uma sala refrigerada na cidade de Misrata para um local desconhecido, afirmou uma equipe da Reuters TV que visitou a sala nesta segunda-feira.
A equipe disse que a sala, onde o corpo de Kadafi estava em exposição desde a sua captura e subsequente morte em Sirte na semana passada, estava vazia. Uma fonte líbia em Misrata confirmou que os corpos foram removidos, mas não quis dizer onde estavam ou se seriam enterrados em um lugar secreto.
AGÊNCIA REUTERS -

OPINIÃO
por Ailson Leite
O ocidente ostenta o seu troféu, abusivamente, expondo via internet o corpo de Kadhafi.
Sabemos das estupidezes cometidas pelo defunto, assim como da necessidade da imposição da democracia, aliás, a '' onda democrática nos países árabes '' era inevitável. Mas vender essa imagem para autoafirmar-nos enquanto ocidentais e superiores, calma lá. Se a única forma era matá-lo, muito bem, sucesso. Basta.
Vamos pensar um pouco?
Somos animais, impondo-nos uns sobre os outros, sempre seremos. As supremacias ocidentais, democráticas. Sempre será assim. Qual a diferença entre estes confrontos e as duas grandes guerras mundiais? Se colocarmos na ponta do lápis, a soma implicará num resultado assustador.
Pois bem, viva a democracia!?

domingo, 23 de outubro de 2011

No Segundo dia do ENEM 2011 , o cartunista ALPINO, quer saber:


Nenhum de nós deseja que o sistema seja apenas motivo de chacota, queremos antes, que ele seja legítimo e produza bons resultados, principalmente para os milhões de estudantes brasileiros,mas o ALPINO tem razão, não é?
BOA SORTE VESTIBULOSOS.

Alberto Alpino Filho é capixaba e começou carreira de cartunista em 2001, com a tira "Luzia" no jornal A Gazeta.

Publica a tira "Samanta" em alguns periódicos nacionais e as charges diárias no Folha Vitória. Sua principal referência é James Thurber (1894-1961).

Alpino publica charges diariamente no Yahoo!

sábado, 22 de outubro de 2011

Primeiro dia do ENEM

Temas como revolta árabe, internet, combustíveis, poluição e saúde pública foram abordados no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com mais de 5,3 milhões de inscritos, o Enem promoveu neste sábado (22) as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, cada uma com 45 questões cada.
 A primeira questão da prova trata da primavera árabe e pergunta de que forma a internet influenciou os movimentos populares nos países do Oriente Médio. A prova também trouxe uma questão sobre o movimento dos jovens brasileiros no início dos anos 90, os "caras pintadas", que fez parte do processo que culminou com o impeachmente do então presidente Fernando Collor de Mello. A prova de humanas reuniu questões de história, geografia, sociologia e filosofia.
Neste domingo (23), o segundo dia do Enem terá provas de matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias (que engloba português, lingua estrangeira - inglês ou espanhol, educação física e artes. Os portões serão fechados às 13h (no horário de Brasília).

Baixe o arquivo da prova em pdf:

Informações colhidas no G1 ( site da globo.com )


Veja abaixo a correção feita pelo OBJETIVO- Prova Amarela...


http://estaticog1.globo.com/2011/10/22/enem/NaturezaENEMprova1.pdf

Neste domingo, as provas de matemáticas, redação e linguagens e códigos começam também às 13h (horário de Brasília).
Quem perdeu a prova deste sábado e vai usar o Enem para tentar uma vaga em universidades inscritas no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) pode ter poucas chances no processo seletivo. Mas o Inep recomenda a esses candidatos que participem do segundo dia de provas como forma de treinamento para o ano que vem e também para evitar traumas.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin” - por Patricia Kassab

LITERATURA E TEATRO RIA NA QUALIFICAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

“ O que mata um jardim não é abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio, 
De quem passa por ele indiferente.”

Mario Quintana

A indiferença de alguns que passam pelo Ria é o que me mata. Ou pelo menos o que me matava. Como disse Ailson Leite em uma postagem, os ecos demoram muito para chegar ao fim do túnel. Entretanto, a sensação que tive na última semana do mês de setembro foi de estar na outra ponta do túnel e que uma luz branca que em princípio cegava-me, agora parece estar elucidando as formas e dando brilho e contorno em paisagens antes olhadas e não vistas. Como diz Saramago em Ensaio sobre a Cegueira: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” 

Dia 27 de setembro às 14h no prédio A da Uninove Memorial (Centro de Pós-Graduação em Educação), qualifiquei minha dissertação de mestrado intitulada “A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin”. O trabalho estuda o estado estético, o homem em sua complexidade e a religação dos saberes como eixo-norteadores de uma reforma de pensamento na educação. Os primeiros capítulos retrataram um panorama da arte, da literatura e do teatro articulados à educação, aos problemas recorrentes dela e das tentativas de se apararem algumas arestas, as quais mostram-se ainda fragilizadas em detrimento às fragmentações do conhecimento e do mundo. É uma tentativa de mostrar algumas possibilidades de caminhos a serem trilhados a fim de se “despertar a consciência”. No terceiro capítulo, intitulado como “Construindo o fio de Ariadne”, discorro sobre o processo de trabalho do grupo Ria desde a ideia do projeto, dos percalços, da escolha das obras, da seleção de cenas e fulcros temáticos, dos constantes ensaios até o produto final que são os espetáculos e seus aspectos em espiral que reiteram a ideia de João Roncatto “de que cada indivíduo é uma peça importante na engrenagem e de que agindo em conjunto, faz tudo andar nos trilhos. Teatro se faz em conjunto.” Penso que talvez o humus inerente ao grupo Ria e a percepção de que somos partes de um todo é que torna o Ria num diferencial.
Com muito orgulho e atentamente, ouvi, anotei e ampliei minhas ideias por meio das riquíssimas orientações de especialistas renomados da área da educação e que contribuíram fundamentalmente para a complementação do texto por indicações de leituras de outros livros, aprofundamento dos inter-títulos, para a reorganização da tessitura de capítulo etc, desmitificando a qualificação como um momento de tortura ao pesquisador. Que momento maravilhoso! Certamente, para quem utiliza Edgar Morin como referencial teórico, cujo autor discorre sobre as incertezas, seria incoerente utilizar o termo. Por outro lado, como o mesmo autor também discorre sobre os processos antagônicos indissociáveis e da dialógica que permeia a vida, ouso a dizer, que “certamente” as arguições feitas pelos professores Rita Cleide Silvério de Almeida (Filósofa e Mestre em educação pela PUC, Doutora em educação pela USP e Pós-doutorada pelo Centro de Estudos transdisciplinares em Sociologia, Antropologia e História pela Ehess em Paris-França), Marcos Antônio Lorieri (Filósofo, Mestre e Doutor pela PUC-SP) e pela professora Maria Margarida Cavalcanti Limena (Graduada, Mestre e Doutora em Ciências sociais pela PUC-SP e pesquisadora de Ciências humanas com ênfase em Sociologia, Teorias clássicas e contemporâneas e Teorias da complexidade), ampliaram e aprofundaram essencialmente para a preparação da etapa final que será a defesa da dissertação, cujo edital será postado em revista eletrônica a efeito de convite para todos os que participam, lutam e acreditam no futuro da educação.
Por enquanto, ficam aqui registrados os meus profundos e mais sinceros agradecimentos pela ajuda de todos que estão neste processo e contrariando mais uma vez Morin, pela AMIZADE “eterna” de JOSÉ PAULO ROSA, ANNA COLABUONO, BRÁS CUBAS LEITE ( Ailson Leite )  E DOS MENINOS E MENINAS DO GRUPO DE TEATRO RIA.


Patrícia Montanholi Kassab