sábado, 5 de novembro de 2011

BIBLIOTECAS CIRCULANTES DE SÃO PAULO, SÃO SAQUEADAS.

O acervo cultural de São Paulo perde 86,7 mil livros por ano. Levantamento feito pela reportagem com dados de 70 bibliotecas e pontos de leitura municipais mostra que 347 mil livros sumiram das prateleiras entre 2006 e 2010. A queda geral nos últimos quatro anos é de 12%. Mas há unidades em que seis de cada dez obras desapareceram.
O número revela que falta manutenção nos acervos municipais, uma vez que os exemplares perdidos não são repostos na proporção equivalente. Em dezembro de 2006, a capital tinha 2,88 milhões de livros - no mesmo período do ano passado, eram 2,53 milhões. A queda ocorre tanto entre os gêneros adultos quanto entre os dedicados ao público infanto-juvenil, ainda que em menor proporção. E mesmo em locais que contam com telecentros, condição considerada essencial para atrair leitores.
Realizada pela Rede Nossa São Paulo com informações da Secretaria Municipal da Cultura, a pesquisa mostra ainda que apenas 21 unidades seguiram o caminho inverso no período, ou seja, registraram ampliação do estoque. É o caso da Mario de Andrade, a primeira e maior biblioteca pública da capital, fundada em 1925 e reinaugurada em janeiro, após reforma. O ganho foi de 21 mil exemplares. As demais somam prejuízos.
Há pelo menos três motivos que explicam a diferença: conservação inadequada, atraso na devolução dos empréstimos e fatores externos, como enchentes. De acordo com bibliotecários da rede ouvidos pela reportagem, a informatização do sistema que permite a retirada também acelerou a saída de livros das prateleiras públicas. No processo, iniciado em 2008, houve transferência de exemplares para escolas ou mesmo descarte de títulos.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

por Ailson Leite

Lembro que nos anos noventa, creio eu que por volta de 1993, fui emprestar um manual de  A Vida é Sonho, de Calderon de La Barca,  na Biblioteca Mario de Andrade, no centro da cidade de São Paulo. Naquele tempo, a circulante também funcionava ali.
Fiquei indignado porque a digníssima funcionária trouxe-me uma edição muito antiga, do início do século. O livro, que já estava despedaçado, acabou de desfazer-se quando a funcionária jogou-o sobre o balcão, para mim.
Achei aquilo um tremendo descaso e uma desconsideração que, só poderia partir de uma pessoa cuja ignorância jamais seria capaz de lhe esclarecer sobre a importância do serviço prestado, muito menos do estrago que ela fazia contra Calderon.
Na época, só não a chamei de santa. O resto, vocês podem imaginar. E a infeliz ainda  me  disse ''desacato  a  funcionário público é crime, mocinho! '. '' Ai, que vontade que me deu de cometer um ''funcionáriopúblicocídio''.
A desorganização e a displicência, além da completa falta de noção da funcionária, me deixaram indignado.
Demorou-se muito tempo para que as circulantes, pensassem em ser mais organizadas. E, sinceramente, não o são, ainda, pelo menos.
Com relação ao desaparecimento dos livros, muito me admira que os leitores, tantos (!), levem os exemplares e não os devolvam. E quanto a isso, acho que a Prefeitura de São Paulo não é a maior culpada. O fato é cultural. Há uma total falta de respeito dos usuários que, quando tem um serviço que não funciona, fazem questão de reclamar.
Enfim, há muito que se organizar ainda, partindo inicialmente da premissa de que a educação é o início de tudo. O resto é consequência.

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