quarta-feira, 29 de junho de 2011

NOVIDADES NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - QUATRO NOVOS CURSOS

O Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) aprovou nesta terça-feira (28) a criação de quatro novos cursos de graduação: Engenharia Física, Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção, na Escola de Engenharia de Lorena (EEL) e, o Bacharelado em Administração, na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ), no campus de Piracicaba.
Os três cursos aprovados no campus de Lorena oferecerão 120 vagas, 80 em período diurno, e 40, em período noturno. O curso de Engenharia Física, com 40 vagas em período diurno, tem como objetivo preparar o profissional com ampla base em física e processos físicos, capaz de atuar e se especializar em qualquer área em que processos físicos são dominantes.
O curso de Engenharia Ambiental oferecerá 40 vagas em período diurno. Em período noturno, também com 40 vagas, o curso de Engenharia de Produção pretende formar profissionais voltados para a área de qualidade, operações e processos de produção, logística, pesquisa operacional, engenharia do produto e de sustentabilidade, entre outras.
No campus de Lorena, foi aprovada também a substituição do curso de Engenharia Industrial Química, oferecida no período noturno, com 80 vagas, pelo oferecimento do curso de Engenharia Química, que terá seu currículo reformulado, também no período noturno, com o mesmo número de vagas.
As 120 novas vagas da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) serão incluídas já a partir do próximo vestibular da Fuvest. Com esses cursos e os novos bacharelados de Ciências Biomédicas e Saúde Pública (aprovados em dezembro, com 40 vagas cada um), o vestibular passará a oferecer, no total, 10.852 vagas para 2012.
A ESALQ, em Piracicaba, passará a oferecer o Bacharelado em Administração, com 40 vagas anuais, no período diurno. Este curso será incluído no vestibular de 2013

Fontes:  UNIVERSIDADE DE SÃO  PAULO  e  GLOBO.COM

PARA MACHADO, um Rosa...


por Ailson Leite

Morto está para sempre. Para nunca.
Estático físico franzino homem de letras,
Não dorme solitário porém, cochila
E atravessa oceanos espalhando-se
Dos intelectuais aos cineastas malucos.
E entre eles ressuscita todos os dias
Nas vozes da voz de um José
Que é Paulo, mas é RIA.
Entre Bentos e Brazes, Capitus e Virgílias
Para os meninos que não gostam de ler
Mas que o aplaudem, sem saber que o fazem.

Machado, nosso amigo
Lembramo-nos de ti
Com o coração no palco
No eco,
Na alma do riso, do siso,
Do plástico
Do drama e do Rosa.

Nosso beijo e nossa saudade sempre.
Nós que nunca tomamos contigo um café na Colombo
Nem folheamos teus livros na Garnier carioca
Mas que somos teus... sempre teus... nosso BRUXO.


O Grupo Ria sempre lembrará Machado como o  grande mote de todo o seu trabalho.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um pouco mais sobre O BRUXO, Machado de Assis...




Um pintor de paredes mulato e uma portuguesa de prendas domésticas foram os pais do menino Joaquim Maria Machado de Assis, neto de escravos alforriados, pobre e epiléptico, nascido em 21 de junho de 1839, no morro do Livramento, Rio de Janeiro, uma cidade então suja, malcheirosa e com uma população estimada de 300 mil habitantes, metade escravos.
Nos primeiros anos, com certeza, o menino freqüentou a Chácara do Livramento, sob a proteção da madrinha, senhora muito rica, dona da propriedade.
Aos seis anos, presenciou a morte da única irmã. Quatro anos mais tarde, morre-lhe a mãe. Em 1854 o pai casou-se com Maria Inês. Aos quatorze anos, Joaquim Maria ajudava a madastra a vender doces para sustentar a casa, tarefa difícil depois da morte do pai. Não se sabe se freqüentou regularmente a escola. O que se sabe é que, adolescente, já se interessava pela vida intelectual da Corte, onde trabalhou como caixeiro de livraria, tipógrafo e revisor, antes de se iniciar como jornalista e cronista.
Em 6 de janeiro de 1855, a Marmota Fluminense publicou o poema "A palmeira". Nada de excepcional, era apenas a estréia literária de Joaquim Maria Machado de Assis. O jornal em que se publicou o poema era editado numa livraria que havia se transformado em ponto de encontro dos escritores da época. Foi lá que Machado de Assis ganhou protetores como Paulo Brito (dono da livraria) , Manuel Antônio de Almeida, já conhecido romancista, e um padre que ensinava latim ao adolescente. Logo Machado de Assis já era membro da redação da Marmota Fluminense. Outros jornais passaram a publicar seus trabalhos.
Machado de Assis, homem da cidade, cada vez mais se distanciava de Joaquim Maria, menino do subúrbio. Nas roupas, na postura, na expressão. Os meios literários da Corte tornavam-se, pouco a pouco, terreno conhecido para ele. E ele tornava-se cada vez mais conhecido nesse terreno.
Machado de Assis escrevia sobre a vida fluminense, as óperas, corridas, patinação, pleito eleitoral e muitas outras coisas, surpreendendo por um estilo sutilmente irônico, que logo ia tornar-se marca registrada de sua obra. Sua crônicas ainda hoje têm atualidade, pois ele conseguiu extrair reflexões profundas de fatos corriqueiros, tocando a essência daquilo que observava com um meio riso de contemplação. E quase sempre esse riso trazia, implícita ou explicitamente, uma advertência. Em Machado de Assis, o fato em si tinha menor importância, o que interessava era a reflexão que esse fato provocava.
Machado cronista escreveu para diversos jornais, mas viver da escrita naquela época? Nem pensar! Machado seguiu uma carreira burocrática: o emprego público lhe garantia o sustento. A ascensão na carreira burocrática foi ocorrendo paralelamente a sua consagração como escritor. Oficial do gabinete do ministro, membro do Conservatório Dramático, oficial da Ordem das Rosas e, em 1889, o mais alto grau da carreira: diretor de um órgão público, a Diretoria do Comércio. Aos poucos foi chegando a estabilidade econômica e mais tempo para escrever.



UM AUTOR INJUSTAMENTE ACUSADO DE ALIENADO

Durante 40 anos Machado escreveu suas crônicas. Utilizando-se de histórias do dia-a-dia, o escritor ia refletindo sobre a História que se desenhava a sua volta. Machado denunciou a escravidão, não se utilizando do emocionalismo que caracterizava as manifestações abolicionistas, mas a análise, a reflexão, demolindo a idéia (muito comum na época) da "bondade dos brancos" ao libertar os negros. Em sua obra (crônica, conto, romance) procurou desvendar os mecanismos econômicos e ideológicos que tentavam justificar, primeiro, a necessidade do trabalho escravo e, depois, a contingência imperiosa da libertação. Em 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea. No dia 19 do mesmo mês, Machado de Assis publicou uma crônica sobre o assunto, ironizando a "bondade dos brancos".

A Abolição e a Guerra do Paraguai foram fatais para a Monarquia. Sob a liderança do Exército, proclamou-se então a república, em 1889. Machado não era contra uma nova ordem, mas contra essa nova ordem republicana. Para ele, o fim do Império poderia significar o fim da estabilidade ainda precária do país. Foi por temer essa instabilidade que ele se opôs ao que considerava o prematuro advento republicano.
Enfim, Machado de Assis não passou largo dos grandes acontecimentos de seu tempo. É possível entrever, no registro do cotidiano feito por suas crônicas, assim como posteriormente nos romances, a ligação com o contexto social mais amplo.
Entre uma crônica e outra, entre uma crítica teatral e um poema, Machado de Assis ia tecendo a parte mais importante de sua obra: o conto e o romance.

É ridículo pensar que tenha sido um alienado. Talvez Machado não quisesse acenar para qualquer caminho, por acreditar que todos eles, os caminhos, dariam na desgraça a que o homem está fadado - influência do pessimismo filosófico.

O amor de verdade, não o ficcional dos romances, para o homem Machado de Assis veio na figura de Carolina Novais, portuguesa e mais velha que o escritor. Em carta, Machado declarou-lhe: "Tu não te pareces com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como os teus são prendas raras [...] Como te não amaria eu?". Viram-se. Amaram-se. Casaram-se em 12 de novembro de 1869. Passaram por dificuldades financeiras antes e depois do casamento. Casamento este que durou 35 anos. Consta que na mais perfeita harmonia.




No ano seguinte ao do casamento publica-se o primeiro volume de contos: Contos Fluminenses (1870). A crítica considera apenas medianos os contos desse livro. De qualquer forma, já aprecem as características marcantes do estilo machadiano: a conversa com o leitor; a ironia; o estudo da alma feminina. Três anos mais tarde, surgem as Histórias da meia-noite, também considerado pela crítica no mesmo nível do primeiro livro. Papéis avulsos (1882), é o terceiro livro de Machado. "O título parece negar ao livro certa unidade", frase do próprio autor. O que é falso, pois nesse livro revela-se a maturidade do contista Machado de Assis. No conto, esse livro marca a passagem para a segunda fase do escritor, a fase da maturidade artística. "O Alienista", "Teoria do medalhão", "O espelho", são alguns dos contas que fazem parte desse terceiro livro. Em Papéis avulsos Machado começa a trabalhar um dos seus outros temas básicos: a loucura. Nesse sentido, o conto "O Alienista" é uma obra-prima, de leitura absolutamente indispensável.
Em vida, Machado publicou ainda Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896), Página escolhidas (1899) e Relíquias de casa velha (1906).
Alguns contas de Machado de Assis são de leitura indispensável: "A igreja do diabo", Cantiga de esponsais", "Singular ocorrência", "A cartomante", "A causa secreta", "Um Apólogo" e "Missa do galo". Essas narrativas revelam o universo dos temas que interessam a Machado: a loucura, a alma feminina, a vaidade, a sedução, o casamento, o adultério.
Os romances de Machado de Assis retratam a vida encarada como um espetáculo, ou mais precisamente, a vida da sociedade fluminense na época do Segundo Reinado. Espetáculo tratado de duas maneira distintas, ao longo da obra. 1.ª fase: Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874); Helena (1876); Iaiá Garcia (1878). 2.ª fase: Memórias póstuma de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).


Diante dessa esquematização, pode-se concluir que na trajetória de Machado de Assis ocorreu uma mudança brusca, uma verdadeira ruptura no modo de escrever; mas não é verdade. O que aconteceu foi o amadurecimento gradual, lento, progressivo, apesar de o primeiro romance da segunda fase ser revolucionário, não só em relação aos anteriores, mas também em relação a toda a história da literatura brasileira.
Machado passou pelo Romantismo e pelo Realismo, assimilando características de ambos, mas não se pode enquadrá-lo radicalmente em nenhum desses estilos. Pode-se dizer, a grosso modo, que os romances da primeira fase tendem ao Romantismo e os da segunda fase ao Realismo.
Porém, nos romances de primeira fase, já se podem notar algumas novidades. Sendo a principal delas é a criação de personagens que ambicionam sobretudo mudar de classe social, ainda que isso lhes custe sacrificar o amor (excetuando Ressurreição, os outros três romances dessa fase levam esse tom), bem diferente dos romances românticos em que os personagens em geral comportam-se de acordo com aquilo que lhes dita o coração.
Machado de Assis centrou seu interesse na sondagem psicológica, isto é, buscou compreender os mecanismos que comandam as ações humanas, sejam elas de natureza espiritual ou decorrentes da ação que o meio social exerce sobre cada indivíduo. Tudo temperado com profunda reflexão. O escritor busca inspiração nas ações rotineiras do homem. Penetrando na consciência das personagens para sondar-lhes o funcionamento, Machado mostra, de maneira impiedosa e aguda, a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a ambição, a inveja, a inclinação ao adultério. Como este escritor capta sempre os impulsos contraditórios existentes em qualquer ser humano, torna-se difícil classificar suas personagens em boas ou más. Escolhendo suas personagens entre a burguesia que vive de acordo com o convencionalismo da época, Machado desmascara o jogo das relações sociais, enfatizando o contraste entre essência (o que as personagens são) e aparência (o que as personagens demonstram ser). O sucesso financeiro e social é, quase sempre, o objetivo último dessas personagens.
O escritor preocupa-se muito mais com a análise das personagens do que com a ação. Por isso, em sua narrativas, pouca coisa "acontece": há poucos fatos em suas histórias, e todos são ligados entre si por reflexões profundas. Outra característica da prosa machadiana é a análise que o autor faz da própria narrativa, o narrador rompe o envolvimento emocional do leitor com a obra proporcionando momentos de reflexão sobre o que está lendo. A visão de mundo machadiana tem as seguintes características: humor, este tem duas funções: ora visa criticar o ser humano e suas fraquezas, através da ironia, ora demonstra compaixão pelo homem, fazendo o leitor refletir sobre a condição humana; pessimismo, não o angustiado nem desesperador. Tende para a a ironia e propões a aceitação do prazer relativo que a vida pode oferecer, já que a felicidade absoluta é inatingível. A natureza, considerada aqui como todas as forças que estabelecem e conservam a ordem do universo, é ao mesmo tempo mãe, porque criou o ser humano, e inimiga, porque mantém-se impassível diante do sofrimento, que só terá fim com a morte. A teoria do Humanitismo: trata-se de uma teoria formulada pela personagem Quinca Borba, que aparece em dois romances de Machado. O Humanitismo, é uma caricatura que Machado criou para retratar uma religião positivista comum em sua época, religião esta que pretendia salvar o mundo e o homem. O Humanitismo baseia-se na luta pela vida, que seria o grande objetivo do ser humano. Nessa luta vence o mais forte, e sua vitória é vista por Machado com a maior naturalidade, às vezes até com certo cinismo. A guerra, por exemplo, é considerada não como uma desgraça, mas como um processo fundamental para a sobrevivência do homem. Segundo o Humanitismo, a violência e a dor (física ou moral) fazem parte da própria condição humana.
Quando Carolina Novais morreu, em 1904, a vida de Machado de Assis desmoronou.
"Foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo [...] Aqui me fico, por ora, na mesma casa, no mesmo aposento, com os mesmos adornos seus. Tudo me lembra a minha meiga Carolina. Como estou à beira do eterno aposento, não gastarei tempo em recordá-la. Irei vê-la, ela me esperará."
Carolina não teve de esperar mais que quatro anos. Com a vista fraca, uma renitente infecção intestinal e uma úlcera na língua, em 1.º de agosto Machado vai pela última vez à Academia Brasileira de Letras - que fundara em 1896 e da qual fora eleito presidente primeiro e perpétuo. Na madrugada de 29 de setembro de 1908, lúcido, recusando a presença de um padre para a extrema-unção, morreu Machado de Assis, reconhecido pelo público, mas sem unanimidade e pela crítica como um grande escritor.





terça-feira, 21 de junho de 2011

Há 172 anos nascia o BRUXO DA RUA DO COSME VELHO ... Joaquim Maria Machado de Assis



Em 21 de junho de 1839, nascia, no Morro do Livramento, Joaquim Maria Machado de Assis, amplamente considerado como o maior nome da Literatura Brasileira. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
Filho de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Os biógrafos notam que, interessado pela boêmia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura e do Comérico e das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.
Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos e 5 coletâneas de poemas e sonetos, mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores, Quincas, Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Ayres, todas amplamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que nota-se traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos . Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as da Trilogia Realista Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena  e Iaiá Garcia, onde nota-se características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade , John Barth e Donald Barthelme e outros. Em seu tempo de vida, alcançou relativa fama e prestígio pelo Brasil, contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, por sua inovação e audácia em temas precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shapespeare e Camões.

E o Grupo Ria, fã confesso e implacável de Machado de Assis, deixa aqui suas homenagens ao grande homem das Letras Brasileiras, grande mote para o pensamento e a estrutura dramatúrgica do Grupo.
Vale lembrar que o Grupo Ria já tem em seu repertório DOM CASMURRO ( ainda em cartaz), Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Alienista e Quincas Borba, adaptados e dirigidos por José Paulo Rosa. Além do espetáculo escrito pelo Rosa e por Ailson Leite O BRUXO NO ESPELHO - ficção sobre os últimos instantes de vida de Machado.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

HÁ 123 ANOS nascia FERNANDO PESSOA. O '' muitos '' em um só.




Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888, em Lisboa, aí morreu em 1935, e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante.

Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914.

Vivendo por vezes com parentes, outras vezes em quartos alugados, Pessoa ganhava a vida fazendo traduções ocasionais e redacção de cartas em inglês e francês para firmas portuguesas com negócios no estrangeiro. Embora solitário por natureza, com uma vida social limitada e quase sem vida amorosa, foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um "Interseccionismo" de inspiração cubista e um estridente e semi-futurista

Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Respeitado em Lisboa como intelectual e como poeta, publicou regularmente o seu trabalho em revistas, boa parte das quais ajudou a fundar e a dirigir, mas o seu génio literário só foi plenamente reconhecido após a sua morte. No entanto, Pessoa estava convicto do próprio génio, e vivia em função da sua escrita. Embora não tivesse pressa em publicar, tinha planos grandiosos para edições da sua obra completa em Português e Inglês e, ao que parece, guardou a quase totalidade daquilo que escreveu.

Em 1920, a mãe de Pessoa, após a morte do segundo marido, deixou a África do Sul de regresso a Lisboa. Pessoa alugou um andar para a família reunida - ele, a mãe, a meia irmã e os dois meios irmãos - na Rua Coelho da Rocha, nº 16, naquela que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Foi aí que Pessoa passou os últimos 15 anos da sua vida - na companhia da mãe até à morte desta, em 1925, e depois com a meia irmã, o cunhado e os dois filhos do casal (os meios irmãos de Pessoa emigraram para a Inglaterra).

Familiares de Pessoa descreveram-no como afectuoso e bem humorado, mas firmemente reservado. Ninguém fazia ideia de quão imenso e variado era o universo literário acumulado no grande baú onde ele ia guardando os seus escritos ao longo dos anos.

O conteúdo desse baú - que hoje constitui o Espólio de Pessoa na Biblioteca Nacional de Lisboa - compreende os originais de mais de 25 mil folhas com poesia, prosa, peças de teatro, filosofia, crítica, traduções, teoria linguística, textos políticos, horóscopos e outros textos sortidos, tanto dactilografados como escritos ou rabiscados ilegivelmente à mão, em Português, Inglês e Francês. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes "outros", dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao "semi-heterónimo" Bernardo Soares, enquanto que a sua vasta produção de poesia e prosa em Inglês foi, em grande parte, creditada aos heterónimos Alexander Search e Charles Robert Anon, e os seus textos em francês ao solitário Jean Seul. Os seus muitos outros alter-egos incluem tradutores, escritores de contos, um crítico literário inglês, um astrólogo, um filósofo e um nobre infeliz que se suicidou. Havia até um seu "outro eu" feminino: a corcunda e perdidamente enamorada Maria José. No virar do século, sessenta e cinco anos depois da morte de Pessoa, o seu vasto mundo literário ainda não está completamente inventariado pelos estudiosos, e uma importante parte da sua obra continua à espera de ser publicada.

Fonte: Casa Fernando Pessoa - Portugal

sábado, 11 de junho de 2011

As distorções na Cartografia....pelo Professor Marcelo Correa (curiosidades)

no site da Globo.com




O professor de geografia Marcelo Corrêa, do cursinho Singular Anglo, explica as distorções da cartografia.
O motivo das distorções, segundo o professor, é o fato de o planeta Terra ser esférico, mas sua projeção, o mapa, ser um plano.
Confira a aula em vídeo:



sexta-feira, 3 de junho de 2011

MUDANÇAS NA FUVEST - Fique atento

Em reunião realizada nesta quinta-feira, dia 2 de junho, o Conselho de Graduação (CoG) da Universidade de São Paulo (USP) aprovou um pacote de cinco mudanças no vestibular da Fuvest, que passam a valer já para o vestibular de 2012. A partir do próximo vestibular, a nota da primeira fase passa a ter o mesmo peso das provas da segunda fase e volta a compor a nota final do candidato, o que, segundo a pró-reitora de Graduação, Telma Maria Tenório Zorn, tornará possível a avaliação do aluno em seu conjunto de habilidades. A segunda mudança diz respeito à diminuição do número de 20 para 16 questões da prova do segundo dia da segunda fase, composta por questões multidisciplinares.
Além disso, o índice para a convocação de candidatos para a segunda fase passa a ser variável, de três candidatos por vaga para dois a três, o chamado índice k, que será definido de acordo com a média da nota dos candidatos nas variadas carreiras.

A nota mínima de corte também sofrerá alteração, passando de 22 para 27 pontos. A partir de 2012, o candidato também poderá ter a oportunidade da reescolha da opção de carreira após a terceira chamada.

Segundo a pró-reitora, essas mudanças não mexem com a estrutura do vestibular.“É importante enfatizar que o formato das questões não foi mudado. Não houve mudanças estruturais, o que, na prática, não afetará a maneira de o candidato se preparar para a prova. O objetivo principal é melhorar a qualidade da seleção dos alunos que entram na Universidade”, afirma a pró-reitora.

Inclusp

Além destas mudanças, também entrarão em vigor no próximo vestibular as alterações no Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp) aprovadas no dia 31 de março, que aumentou para 15% os bônus para alunos oriundos da escola pública. A partir de agora, o Programa de Avaliação Seriada (Pasusp), uma das mais importantes ações do Inclusp, vai proporcionar bônus de até 15% aos estudantes que cursaram o ensino fundamental em escola pública e que estejam matriculados no 2º ou 3º ano do ensino médio também em escola pública.

No mês de março, o Conselho de Graduação aprovou também a criação de uma autenticação de informações dos candidatos do vestibular para evitar que os estudantes sem o ensino médio completo e que se inscrevam na categoria geral, e não a de treineiros – a carreira destinada para estes estudantes, sejam convocados nas listas de chamadas.

As inscrições para o Vestibular da Fuvest vão de 26 de agosto a 9 de setembro, exclusivamente pela internet. A primeira fase será realizada em 27 de novembro. A segunda fase está marcada para os dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2012.
Eliete Viana

a de Imprensa da Reitoria da
Assessoria da USP