quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Ministério da Educação confirmou nesta quinta-feira (27) que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que vazaram estavam no pré-teste aplicado no Colégio Christus, em Fortaleza, em outubro de 2010.
De acordo com nota publicada no site do MEC, a conclusão foi de que as questões de matemática e ciências da natureza e ciências humanas e linguagens de dois dos 32 cadernos de questões do pré-testes foram copiadas, das quais 14 constavam da prova do Enem 2011.
Ainda, de acordo com o texto, todos os cadernos foram devolvidos, devidamente conferidos, e depois incinerados. Não houve, portanto, extravio do material.

O pré-teste foi aplicado para duas turmas, também sorteadas, uma de 47 alunos e outra de 44 alunos, em um dia normal de aula. Os alunos e a escola haviam sido informados apenas de que se tratava de um pré-teste para o banco nacional de itens, que auxiliaria nas avaliações da educação básica.

Segundo a nota publicada pelo MEC, os pré-testes aplicados pelo Inep seguem procedimentos sigilosos. Apenas os alunos têm acesso aos cadernos durante a aplicação que é acompanhada por três fiscais em cada turma.
O MEC enfatizou que as questões reproduzidas não eram de domínio público, e não poderiam ter sido memorizadas pelos estudantes, devido ao grau de detalhismo e similaridade. Também está afastada a hipótese de que as questões teriam circulado pela web antes da realização da prova.
De acordo com a nota, a decisão do Inep de cancelar as provas realizadas pelos alunos do Colégio Christus baseia-se unicamente no princípio da isonomia, fazendo-se justiça. "Na medida em que os estudantes do colégio tiveram acesso a essas questões, eles passaram a ter vantagem em relação aos demais participantes. Assim, a reaplicação da prova é a melhor forma de compensar prejuízos ou favorecimentos a qualquer participante, já que a metodologia de análise dos resultados permite a comparabilidade", diz o texto.

OPINIÃO
por  Ailson Leite
Minha '' nossa senhora da boa prova '', será que o ministro da educação (perdoem a letra minúscula, mas faz jus a ele) não '' se liga, mano '' ?
E depois me acusam de ser político demais, fundamentalista ou ''verborragicamente '' discursivo. Mas como não ser agudo quando se tratam de questões que, a priori, já teriam que ter uma organização? E mais ainda, como não se manifestar diante da incompetência de um serviço ou de questões que são, no mínimo básicas para  um ''melhor viver'' ?  
A base de tudo é a educação. Um país só vai ser melhor quando, mesmo que há longo prazo,  suas crianças forem tratadas como cidadãos, com um sistema educacional digno. Creio que a palavra é esta: DIGNIDADE!
Escolas melhores, professores mais respeitados, informação decente para professores e alunos e um sistema de ensino mais decente, do fundamental ao  superior, com ENEM e tudo '' velho ''.
E ainda me acusam de ser... ah... deixemos isso pra lá.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O enterro de Kadhafi

"Ele será enterrado amanhã (terça) em uma cerimônia simples com a participação de xeiques no enterro. Será um lugar desconhecido no deserto", disse a autoridade à Reuters por telefone, acrescentando que a decomposição chegou a um ponto que "o corpo não pode durar mais tempo."
"Nenhum acordo foi atingido com sua tribo para levá-lo", ele acrescentou. Questionado se o filho de Kadafi, Mo'tassim, seria enterrado na mesma cerimônia, a autoridade disse que "sim".
Os corpos de Kadafi, de Mo'tassim e do chefe de seu Exército foram levados de uma sala refrigerada na cidade de Misrata para um local desconhecido, afirmou uma equipe da Reuters TV que visitou a sala nesta segunda-feira.
A equipe disse que a sala, onde o corpo de Kadafi estava em exposição desde a sua captura e subsequente morte em Sirte na semana passada, estava vazia. Uma fonte líbia em Misrata confirmou que os corpos foram removidos, mas não quis dizer onde estavam ou se seriam enterrados em um lugar secreto.
AGÊNCIA REUTERS -

OPINIÃO
por Ailson Leite
O ocidente ostenta o seu troféu, abusivamente, expondo via internet o corpo de Kadhafi.
Sabemos das estupidezes cometidas pelo defunto, assim como da necessidade da imposição da democracia, aliás, a '' onda democrática nos países árabes '' era inevitável. Mas vender essa imagem para autoafirmar-nos enquanto ocidentais e superiores, calma lá. Se a única forma era matá-lo, muito bem, sucesso. Basta.
Vamos pensar um pouco?
Somos animais, impondo-nos uns sobre os outros, sempre seremos. As supremacias ocidentais, democráticas. Sempre será assim. Qual a diferença entre estes confrontos e as duas grandes guerras mundiais? Se colocarmos na ponta do lápis, a soma implicará num resultado assustador.
Pois bem, viva a democracia!?

domingo, 23 de outubro de 2011

No Segundo dia do ENEM 2011 , o cartunista ALPINO, quer saber:


Nenhum de nós deseja que o sistema seja apenas motivo de chacota, queremos antes, que ele seja legítimo e produza bons resultados, principalmente para os milhões de estudantes brasileiros,mas o ALPINO tem razão, não é?
BOA SORTE VESTIBULOSOS.

Alberto Alpino Filho é capixaba e começou carreira de cartunista em 2001, com a tira "Luzia" no jornal A Gazeta.

Publica a tira "Samanta" em alguns periódicos nacionais e as charges diárias no Folha Vitória. Sua principal referência é James Thurber (1894-1961).

Alpino publica charges diariamente no Yahoo!

sábado, 22 de outubro de 2011

Primeiro dia do ENEM

Temas como revolta árabe, internet, combustíveis, poluição e saúde pública foram abordados no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com mais de 5,3 milhões de inscritos, o Enem promoveu neste sábado (22) as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, cada uma com 45 questões cada.
 A primeira questão da prova trata da primavera árabe e pergunta de que forma a internet influenciou os movimentos populares nos países do Oriente Médio. A prova também trouxe uma questão sobre o movimento dos jovens brasileiros no início dos anos 90, os "caras pintadas", que fez parte do processo que culminou com o impeachmente do então presidente Fernando Collor de Mello. A prova de humanas reuniu questões de história, geografia, sociologia e filosofia.
Neste domingo (23), o segundo dia do Enem terá provas de matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias (que engloba português, lingua estrangeira - inglês ou espanhol, educação física e artes. Os portões serão fechados às 13h (no horário de Brasília).

Baixe o arquivo da prova em pdf:

Informações colhidas no G1 ( site da globo.com )


Veja abaixo a correção feita pelo OBJETIVO- Prova Amarela...


http://estaticog1.globo.com/2011/10/22/enem/NaturezaENEMprova1.pdf

Neste domingo, as provas de matemáticas, redação e linguagens e códigos começam também às 13h (horário de Brasília).
Quem perdeu a prova deste sábado e vai usar o Enem para tentar uma vaga em universidades inscritas no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) pode ter poucas chances no processo seletivo. Mas o Inep recomenda a esses candidatos que participem do segundo dia de provas como forma de treinamento para o ano que vem e também para evitar traumas.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin” - por Patricia Kassab

LITERATURA E TEATRO RIA NA QUALIFICAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

“ O que mata um jardim não é abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio, 
De quem passa por ele indiferente.”

Mario Quintana

A indiferença de alguns que passam pelo Ria é o que me mata. Ou pelo menos o que me matava. Como disse Ailson Leite em uma postagem, os ecos demoram muito para chegar ao fim do túnel. Entretanto, a sensação que tive na última semana do mês de setembro foi de estar na outra ponta do túnel e que uma luz branca que em princípio cegava-me, agora parece estar elucidando as formas e dando brilho e contorno em paisagens antes olhadas e não vistas. Como diz Saramago em Ensaio sobre a Cegueira: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” 

Dia 27 de setembro às 14h no prédio A da Uninove Memorial (Centro de Pós-Graduação em Educação), qualifiquei minha dissertação de mestrado intitulada “A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin”. O trabalho estuda o estado estético, o homem em sua complexidade e a religação dos saberes como eixo-norteadores de uma reforma de pensamento na educação. Os primeiros capítulos retrataram um panorama da arte, da literatura e do teatro articulados à educação, aos problemas recorrentes dela e das tentativas de se apararem algumas arestas, as quais mostram-se ainda fragilizadas em detrimento às fragmentações do conhecimento e do mundo. É uma tentativa de mostrar algumas possibilidades de caminhos a serem trilhados a fim de se “despertar a consciência”. No terceiro capítulo, intitulado como “Construindo o fio de Ariadne”, discorro sobre o processo de trabalho do grupo Ria desde a ideia do projeto, dos percalços, da escolha das obras, da seleção de cenas e fulcros temáticos, dos constantes ensaios até o produto final que são os espetáculos e seus aspectos em espiral que reiteram a ideia de João Roncatto “de que cada indivíduo é uma peça importante na engrenagem e de que agindo em conjunto, faz tudo andar nos trilhos. Teatro se faz em conjunto.” Penso que talvez o humus inerente ao grupo Ria e a percepção de que somos partes de um todo é que torna o Ria num diferencial.
Com muito orgulho e atentamente, ouvi, anotei e ampliei minhas ideias por meio das riquíssimas orientações de especialistas renomados da área da educação e que contribuíram fundamentalmente para a complementação do texto por indicações de leituras de outros livros, aprofundamento dos inter-títulos, para a reorganização da tessitura de capítulo etc, desmitificando a qualificação como um momento de tortura ao pesquisador. Que momento maravilhoso! Certamente, para quem utiliza Edgar Morin como referencial teórico, cujo autor discorre sobre as incertezas, seria incoerente utilizar o termo. Por outro lado, como o mesmo autor também discorre sobre os processos antagônicos indissociáveis e da dialógica que permeia a vida, ouso a dizer, que “certamente” as arguições feitas pelos professores Rita Cleide Silvério de Almeida (Filósofa e Mestre em educação pela PUC, Doutora em educação pela USP e Pós-doutorada pelo Centro de Estudos transdisciplinares em Sociologia, Antropologia e História pela Ehess em Paris-França), Marcos Antônio Lorieri (Filósofo, Mestre e Doutor pela PUC-SP) e pela professora Maria Margarida Cavalcanti Limena (Graduada, Mestre e Doutora em Ciências sociais pela PUC-SP e pesquisadora de Ciências humanas com ênfase em Sociologia, Teorias clássicas e contemporâneas e Teorias da complexidade), ampliaram e aprofundaram essencialmente para a preparação da etapa final que será a defesa da dissertação, cujo edital será postado em revista eletrônica a efeito de convite para todos os que participam, lutam e acreditam no futuro da educação.
Por enquanto, ficam aqui registrados os meus profundos e mais sinceros agradecimentos pela ajuda de todos que estão neste processo e contrariando mais uma vez Morin, pela AMIZADE “eterna” de JOSÉ PAULO ROSA, ANNA COLABUONO, BRÁS CUBAS LEITE ( Ailson Leite )  E DOS MENINOS E MENINAS DO GRUPO DE TEATRO RIA.


Patrícia Montanholi Kassab

sábado, 15 de outubro de 2011

15 DE OUTUBRO, DIA DO PROFESSOR...

No Brasil, o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.

Você sabia (?)  que...

No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza de Ávila), Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como "Caetaninho". O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho  a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça - inclusive dos pais. O discurso do professor Becker, além de ratificar a idéia de se manter na data um encontro anual, ficou famoso pela frase " Professor é profissão. Educador é missão". Com a participação dos professores Alfredo Gomes, Antonio Pereira e Claudino Buski, a idéia estava lançada.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

NO DIA DOS PROFESSORES...

Para homenagear os PROFESSORES, em sua labuta diária, e, de alguma forma, não ser piegas, colhemos a história abaixo.
O GRUPO RIA sabe da importância dos profissionais que, no fundo, são responsáveis pela formação  de nossas crianças, adolescentes e adultos, na dura jornada do povo brasileiro que procura na educação, uma forma de sair da miséria, ou de, simplesmente ter uma vida melhor.

MESTRES, OBRIGADO PELA PARCERIA NOS DEZESSETE ANOS DE HISTÓRIA DO GRUPO DE TEATRO QUE MAIS FAZ EM PROL DA DISSEMINAÇÃO DA ARTE E DA CULTURA. E PARABÉNS.


O menino que aos 12 anos ensinou o tio semianalfabeto a escrever o nome para preencher uma ficha de emprego já mostrava o talento para ensinar. Seguiu a intuição, entrou na faculdade de letras e para pagá-la aos 22 anos trabalhou como gari, varrendo as ruas de Diadema, no ABC, por mais de um ano. João Ailton de Oliveira Santos, de 33 anos, atua na rede pública do Estado de São Paulo e compõe o corpo docente da Escola Estadual José Fernando Abbud, em Diadema.
Neste sábado (15), Dia do Professor, diz que valeu a pena o esforço, que ensinar é gratificante, mas espera que a carreira seja mais valorizada. "Gosto de ser professor, é sensacional. Mas a profissão está um pouco difícil com salas superlotadas, falta de equipamento e salários baixos. O que compensa é o carinho dos alunos", diz.

João Ailton em sala de aula, em escola estadual de Diadema (Foto: Arquivo pessoal)

Santos dá aulas de português em turmas da quinta série, sétima série e do primeiro ano do ensino médio. Prefere os alunos dos anos iniciais por achar que eles se dedicam e demonstram mais afeto. Recentemente foi aprovado no concurso público da rede municipal de São Paulo e no próximo ano, se for convocado, pretende conciliar os dois empregos, em São Paulo e em Diadema, com um mestrado. A meta é lecionar em universidades.
'Trabalhador fantasma'
O emprego como gari foi sugestão de seu pai que conhecia o gerente da empresa. Santos não teve dúvidas em aceitar, passou por uma entrevista e logo foi para o batente. O salário era de cerca de R$ 400 mensais, o suficiente para pagar a mensalidade.
"Nos primeiros dias foi um choque porque era um trabalho pesado e braçal que nunca tinha feito. Trabalhava um domingo sim e outro não. Era a pior parte porque neste dia fazíamos a coleta das feiras."
À noite, na faculdade só os amigos mais próximos sabiam do ofício de Santos. "Não falava muito porque sabia que haveria discriminação. Gari é um trabalhador fantasma, alguém invisível. A pessoa está do seu lado, joga um papel no chão e nem olha para você."

Santos não se envergonha da experiência e diz que nesta época aprendeu a ser perseverante, como um professor tem de ser. "A rotina era cansativa, mas não pensava em desistir. Sempre tive incentivo dos meus pais mas sabia que valia a pena batalhar por um objetivo." O professor lembra que os colegas garis diziam que ele aguentaria no máximo dois meses de trabalho e que depois de superar a expectativa e conseguir se manter no cargo, virou exemplo.
O professor só deixou as vassouras quando conseguiu um estágio em um colégio no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, onde estudou. De estagiário, passou a professor eventual - que cobre faltas dos docentes titulares - até ser aprovado em um concurso, em 2004, e seguir para a escola José Fernando Abbud, onde está até hoje.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Romance perdido de Saramago é publicado

Frankfurt, 14 out (EFE).- O romance Claraboia, escrito nos anos 50 pelo escritor português José Saramago (1922 - 2010), chega às livrarias do Brasil e de Portugal pela editora Caminho na próxima segunda-feira.
Prêmio Nobel de Literatura em 1998, Saramago enviou o esquecido romance para sua editora pouco após escrevê-lo, mas a obra nunca chegou a ser publicada.
Como o escritor português não havia guardado uma cópia do livro, o manuscrito acabou perdido nos arquivos da editora que, na década de 80, encontrou o romance em uma mudança.
Como nos anos 80 o escritor português já era consagrado, a editora demonstrou enorme interesse em publicar o romance. No entanto, Saramago não autorizou a publicação.


Aparentemente, o escritor temia que o romance, escrito há 30 anos, não tivesse nada a ver com ele, embora tenha afirmado posteriormente que ainda se identificava com a obra. Mesmo assim, Saramago insistiu em não publicar, dando opção aos seus herdeiros para que publicassem a obra após sua morte, ocorrida em junho de 2010.
Claraboia aborda a história de uma casa e está escrita com uma linguagem mais convencional do que a maioria das obras posteriores de Saramago.
Apesar de a edição impressa chegar às lojas somente na segunda-feira, uma edição digital já está disponível na internet. EFE

FONTE> YAHOO.COM.BR

terça-feira, 11 de outubro de 2011

DROPS cultural

OS JUDEUS, O BRASIL E O AUTO DA BARCA DO INFERNO


Você sabia que, dentre os primeiros judeus a chegarem ao Brasil, partindo do Leste Europeu, boa parte deles era sapateiro?
Os  ASQUENAZES vieram fugindo da perseguição e da pobreza. E se depararam com uma liberdade que não tinham em seus países.
Chegaram por volta de 1905.

"A primeira onda migratória ocorreu quando um magnata, o barão Hirsch, comprou terras no Sul do País e cedeu para judeus que vinham em busca de uma vida melhor no Brasil", contextualiza, frisando que, com o tempo, a maior parte deles saiu da zona rural e se instalou em grandes cidades, como São Paulo. "Depois, nos anos 1930, um pouco antes de estourar a Segunda Guerra, houve uma grande população pré-holocausto. A terceira leva é a dos sobreviventes do holocausto e a quarta, quando se mudaram para o Brasil cerca de 200 pessoas, é de 1956, data da Revolução Húngara." 

Estima-se que vivam no Brasil 70 mil descendentes de asquenazes, judeus do Leste Europeu. Metade deles está em São Paulo. Parte de sua história será agora contada em livro, filme e exposição. Projetos do escritor e cineasta Marcio Pitliuk, um filho de asquenaze, eles serão lançados às 19h de hoje sob o título 100 Anos de Imigração Judaica do Leste Europeu.




DESDE O DESCOBRIMENTO




O Brasil foi palco para a primeira comunidade judaica estabelecida nas Américas. Com a expulsão dos judeus de Portugal, logo após a sua descoberta, judeus convertidos ao catolicismo (cristãos-novos) já se haviam estabelecido na nova colônia. Ao menos dois pisaram na terra quando Pedro Álvarez Cabral chegou em 1500, fazendo parte de sua tripulação: Mestre João, médico particular da Coroa Portuguesa e astrônomo; e Gaspar da Gama, intérprete (ajudara Vasco da Gama nas Índias (, onde vivia) e comandante da nau que trazia mantimentos.



Nos dez anos seguintes, outro judeu naufragou perto da costa brasileira e integrou-se aos indígenas: João Ramalho, que serviu de intérprete para novos portugueses que foram chegando. No mesmo período, Fernão de Noronha extraía pau-brasil da costa atlântica; as árvores ficariam conhecidas como "madeira judaica". Muitos judeus portugueses, procurando fugir da intolerância católica em Portugal,, viam no "novo mundo" a oportunidade de praticar livremente seu culto, incluindo-se aí os cristianizados que praticavam o judaísmo em segredo - os cristãos-novos. Martim Afonso de Souza era um dos cristãos-novos que chegaram ao Brasil no século XVI, como governante de uma das capitanias hereditárias.
Mais judeus pioneiros chegaram ao país na época das invasões holandesas no Brasil, em 1630, uma vez que compunham na Holanda uma comunidade tolerada, razão pela qual os holandeses foram bem recebidos pela comunidade judaica já estabelecida no Brasil. O Nordeste brasileiro ficou sob o domínio holandês por vinte e quatro anos e, neste período, muitos sefarditas se estabeleceram no país, principalmente em Recife, onde tornaram-se prósperos comerciantes e fundaram a primeira sinagoga das Américas. Com a expulsão dos holandeses, a maioria dos judeus estabelecidos no Brasil fugiram para os Países Baixos ou outras possessões holandesas, como as Antilhas e Nova Amsterdá, que posteriormente seria renomeada como Nova York após ser cedidas aos ingleses. Ali fundaram a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos.
As últimas informações sobre a presença destes judeus ibéricos no Brasil datam de meados do século XVIII. Nessa época, com o desenvolvimento da mineração na colônia, milhares de portugueses se deslocaram para a região das Minas Gerais, entre eles, um número considerável de cristãos-novos. Através da Inquisição, muitos desses sefarditas foram julgados, enviados à Portugal e condenados à prisão. De fato, muitos desses cristãos-novos não mais mantinham ligações com o judaísmo, mas, por serem ricos comerciantes e mineiros, eram acusados de praticar judaísmo por seus inimigos e dificilmente se livravam das condenações da Inquisição.
No final do século XVIII, já não havia mais relatos sobre judeus no Brasil. Todos haviam saído da colônia ou se convertido ao Cristianismo, o que faz com que muitos brasileiros possuam, mesmo sem saber, origens em judeus portugueses.


Kahal Zur Israel, primeira sinagoga das Américas, no Recife....


A LENDA - origem mitológia da diáspora judaica...

Judeu Errante, também chamado Ahsverus ou Ahsuerus, ou Samuel Belibet é um personagem mítico, que faz parte das tradições orais cristãs. Tratar-se-ia de um contemporâneo de Jesus Cristo, habitante de Jerusalém; ali, trabalhava, num cortume, ou oficina de sapateiro, que ficava numa das ruas por onde os condenados à morte por crucificação passavam carregando suas cruzes. Na sexta-feira da paixão, Jesus Cristo, passando por aquele mesmo caminho carregando sua cruz, foi importunado com ironias, ou agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua volta, no final dos tempos.

                                                        ( O Judeu Errante - Gustav Doré )


Acredita-se que houve três Judeus errantes, Catáfilo, porteiro de Pilatos, Samé que fundiu o bezerro de ouro, e Samuel Belibet, sapateiro e negou água a cristo.

Nos primeiros tempos da expansão do islamismo houve o boato, entre os conquistadores árabes da Síria, de que o tal Judeu Errante havia sido de fato, encontrado em Damasco. Séculos mais tarde, o boato ressurgiu na Península Ibérica, onde um certo Juan Esperendios ("espera em Deus") seria esse personagem. Na Itália medieval dizia-se que o Judeu Errante atendia pelo nome de Giovanni Buttadeo ("o que bate em Deus") e na Alemanha, no século XVI, um bispo de Hamburgo afirmou ter conhecido o Judeu Errante pessoalmente, tendo inclusive sido publicado, anos mais tarde, o suposto diálogo do bispo com o Judeu.
A expressão popular "onde Judas perdeu as botas" seria uma alusão ao Judeu Errante e à sua profissão de sapateiro.

O BODE EXPIATÓRIO

bode expiatório era um animal que era apartado do rebanho e deixado só na natureza selvagem como parte das cerimônias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da Expiação, a época do Templo de Jerusalém. Este rito é descrito na Bíblia  em Levítico, capítulo 16.

Na torá

Dois bodes eram levados, juntamente a um touro, ao lugar de sacrifício, como parte dos Korbanot do Templo de Jerusalém. No templo os sacerdotes sorteavam um dos bodes. Um era queimado em holocausto no altar de sacrifício com o touro. O segundo tornava-se o bode expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel. Posteriormente, o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel.

A Visão Cristã

Na teologia cristá, a história do bode expiatório no Levítico é interpretada como uma prefiguração simbólica do auto-sacrifício de Jesus, que chama a si os pecados da Humanidade, tendo sido expulso da cidade sob ordem dos sacerdotes.

O judeu é um dos personagens que chegam no porto imaginário, para o julgamento post mortem, e tem seus pecados expiados, no espetáculo O AUTO DA BARCA DO INFERNO, de  Gil Vicente. , cuja versão o GRUPO DE TEATRO RIA mantém em cartaz até o final de novembro. O ator Rogério LIma interpreta o personagem que se apresenta para o julgamento, trazendo nos ombros um bode.