segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin” - por Patricia Kassab

LITERATURA E TEATRO RIA NA QUALIFICAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

“ O que mata um jardim não é abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio, 
De quem passa por ele indiferente.”

Mario Quintana

A indiferença de alguns que passam pelo Ria é o que me mata. Ou pelo menos o que me matava. Como disse Ailson Leite em uma postagem, os ecos demoram muito para chegar ao fim do túnel. Entretanto, a sensação que tive na última semana do mês de setembro foi de estar na outra ponta do túnel e que uma luz branca que em princípio cegava-me, agora parece estar elucidando as formas e dando brilho e contorno em paisagens antes olhadas e não vistas. Como diz Saramago em Ensaio sobre a Cegueira: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” 

Dia 27 de setembro às 14h no prédio A da Uninove Memorial (Centro de Pós-Graduação em Educação), qualifiquei minha dissertação de mestrado intitulada “A dinâmica entre a Literatura, o Teatro Ria e o Ensino Médio na prática do Ensino Educativo em Edgar Morin”. O trabalho estuda o estado estético, o homem em sua complexidade e a religação dos saberes como eixo-norteadores de uma reforma de pensamento na educação. Os primeiros capítulos retrataram um panorama da arte, da literatura e do teatro articulados à educação, aos problemas recorrentes dela e das tentativas de se apararem algumas arestas, as quais mostram-se ainda fragilizadas em detrimento às fragmentações do conhecimento e do mundo. É uma tentativa de mostrar algumas possibilidades de caminhos a serem trilhados a fim de se “despertar a consciência”. No terceiro capítulo, intitulado como “Construindo o fio de Ariadne”, discorro sobre o processo de trabalho do grupo Ria desde a ideia do projeto, dos percalços, da escolha das obras, da seleção de cenas e fulcros temáticos, dos constantes ensaios até o produto final que são os espetáculos e seus aspectos em espiral que reiteram a ideia de João Roncatto “de que cada indivíduo é uma peça importante na engrenagem e de que agindo em conjunto, faz tudo andar nos trilhos. Teatro se faz em conjunto.” Penso que talvez o humus inerente ao grupo Ria e a percepção de que somos partes de um todo é que torna o Ria num diferencial.
Com muito orgulho e atentamente, ouvi, anotei e ampliei minhas ideias por meio das riquíssimas orientações de especialistas renomados da área da educação e que contribuíram fundamentalmente para a complementação do texto por indicações de leituras de outros livros, aprofundamento dos inter-títulos, para a reorganização da tessitura de capítulo etc, desmitificando a qualificação como um momento de tortura ao pesquisador. Que momento maravilhoso! Certamente, para quem utiliza Edgar Morin como referencial teórico, cujo autor discorre sobre as incertezas, seria incoerente utilizar o termo. Por outro lado, como o mesmo autor também discorre sobre os processos antagônicos indissociáveis e da dialógica que permeia a vida, ouso a dizer, que “certamente” as arguições feitas pelos professores Rita Cleide Silvério de Almeida (Filósofa e Mestre em educação pela PUC, Doutora em educação pela USP e Pós-doutorada pelo Centro de Estudos transdisciplinares em Sociologia, Antropologia e História pela Ehess em Paris-França), Marcos Antônio Lorieri (Filósofo, Mestre e Doutor pela PUC-SP) e pela professora Maria Margarida Cavalcanti Limena (Graduada, Mestre e Doutora em Ciências sociais pela PUC-SP e pesquisadora de Ciências humanas com ênfase em Sociologia, Teorias clássicas e contemporâneas e Teorias da complexidade), ampliaram e aprofundaram essencialmente para a preparação da etapa final que será a defesa da dissertação, cujo edital será postado em revista eletrônica a efeito de convite para todos os que participam, lutam e acreditam no futuro da educação.
Por enquanto, ficam aqui registrados os meus profundos e mais sinceros agradecimentos pela ajuda de todos que estão neste processo e contrariando mais uma vez Morin, pela AMIZADE “eterna” de JOSÉ PAULO ROSA, ANNA COLABUONO, BRÁS CUBAS LEITE ( Ailson Leite )  E DOS MENINOS E MENINAS DO GRUPO DE TEATRO RIA.


Patrícia Montanholi Kassab

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