quarta-feira, 14 de março de 2012

PIXINGUINHA - o Macunaímico

Não, não estou louco, e nem se trata de uma das viagens zecelsianas verborrágicas.
Até Mario de Andrade soube reconhecer-lhe a importância. E por conta disso mencionou-o no romance do Herói sem nenhum caráter: '' um negrão, filho de ogum, bexiguento e fadista.''
É que Mario quis saber dele algo sobre a '' macumba ''. E num momento em que os ilelectuais estavam começando a se aproximar da música popular.
Há muito que se dizer sobre o Negrão Filho de Ogum. Muitas curiosidades. Pixinguinha chegou a tocar nas orquestras que sonorizavam, escondidas, os filmes mudos.
No começo dos anos 60 criou uma trilha sonora completa, a convite de Alex Viany, que rodava Sol sobre Lama. Projeto que, inclusive, deu origem à parceria com Vinícius de Moraes, que pôs letra em músicas célebres, como Lamento.



Também foi protagonista na primeira transmissão do rádio brasileiro , em 1922. E isso rendeu-lhe a popularidade junto ao público ouvinte.
Foi o primeiro músico profissional do país. Desde os 14 anos, saía do Colégio São Bento (RJ), e ia até a Lapa, tocar numa casa chamada La Concha. Tocava e recebia como adulto.
No dia 17 de fevereiro de 1973, de carnaval, vestiu-se bonito, de terno e foi a uma igreja em Ipanema, para batizar o filho de um amigo. E morreu ali, na Igreja Nossa Senhora da Paz, aos 75 anos. No bolso, trazia um trecho da melodia de Carinhoso, transcrita num papel, com uma dedicatória ao afilhado.




                                                 Com Vinícius de Moraes.


A importância de Pixinguinha acompanha a evolução da cultura brasileira. Se nos lembrarmos que o nosso melhor, sempre aconteceu quando o clássico encontrou, aceitou e entendeu o popular.


O CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL, de 13-03 a 06-05, abriga uma exposição sobre Pixinguinha, em Brasília.








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