sábado, 13 de agosto de 2011

A Literatura como instrumento de compreensão do mundo

por Ailson Leite

É muito importante que a escola promova o acesso do aluno à literatura, ainda mais se for a literatura regional.
Em tempos de '' pasteurização da cultura '', ou de globalização generalizada - o que aliás é fantástico quando pensamos que as fronteiras entre os povos quase que se romperam totalmente -, e, com a morte do indivíduo, cuja alma se tornou o reflexo do mundo, falar de uma cultura específica, dos modos de viver de um povo ou nicho humano, é quase um grito crônico da realidade.
Alguns intelectuais da filosofia previram que um dia as massas se rebelariam e tomariam o poder, dividindo democraticamente o produto final, igualitariamente. Outros ainda imaginaram que através de sistemas políticos voltados para o povo, de quem se origina a palavra democracia, tais divisões seriam a solução.
No entanto, alguns deles não contaram com o fato de que esse desejo utópico não se consolidaria, dado o fortalecimento das elites, hoje em menor número, mas ainda assim mais sólida.
Os erros são vários, os descaminhos são muitos, e, o povo mais necessitado, continua esquecido.
Esquecido como a família de Fabiano ( Vidas Secas ), ou como os meninos da Bahia,  roubando para terem o direito de ter ou de ser alguma coisa ( Capitães da Areia ), entre as dobras do progresso capitalista.
Assim, quando pensamos que a literatura serve apenas para decorarmos, ganharmos nota ou passarmos nos vestibulares concorridos do Brasil, descobrimos que vai muito mais além. Conhecer, entender, compreender, analisar, opinar, dissertar e concluir que, podemos mudar a história se fizermos um pouco, pelo menos.
Ler deve ser um ato instrumental, um caminho. Sem que, necessariamente nos tornemos críticos de ''carteirinha'', catapultando, quando muito, apenas um cargo nos diversos setores organizadores de um país como o nosso, cujas dimensões continentais - quase nove milhões de quilômetros quadrados -, nos dão a ingrata noção do quanto precisamos melhorar as vidas de todos os esquecidos, sem sonhos românticos, mas com planejamento e decência.
Pena que, os senhores do poder, ainda estejam mais preocupados com as melhores imagens que nosso país pode ter, e ainda discutem  estupidezes como (...) '' a influência dos ventos alíseos na menstruação da borboleta azul ."

E não acusem, este que vos fala, de ser profundo demais, ou metido a intelectual, mas é um assunto que me interessa. Aliás é um assunto que interessa ao Grupo Ria, em sua incansável arte de divulgar e promover  a LITERATURA.

Vamos ler mais?

Indicações para uma leitura mais profunda:

A Rebelião das Massas - Jose Ortega Y Gasset;


A Rebelião das Elites e a Traição da Democracia - Christopher Lasch;


A Era dos Extremos  - Eric Hobsbawn:



Nenhum comentário:

Postar um comentário